04/10/19

Um plantel melhor beneficiará Zach LaVine


Quando Zach LaVine se sentou para celebrar o dia de Acção de Graças a 29 de Novembro do ano passado, apenas James Harden tinha uma taxa de utilização superior ao shooting guard de 24 anos dos Bulls. A seguir a LaVine vinham Durant, Embiid e Giannis. O MVP da Liga e o segundo classificado e um par de membros da segunda equipa All-NBA.


Reforços - ou, simplesmente, regressos de lesão - chegados em Dezembro tiraram algum do peso dos ombros de LaVine que passou de uma taxa de utilização de 32.5% para 27.2% naquele mês. Continuou nos vinte e muitos nos últimos três meses da época, e terminou em 12º nessa categoria, atrás de sete All-Stars.

A taxa de utilização de LaVine ficou pelos 28.8%, a mais alta marca de um jogador dos Bulls desde Derrick Rose em 2016. Antes de Rose em 2016, tinha sido o MVP Derrick Rose em 2011. Não é necessariamente uma má estatística. Os melhores jogadores têm a bola na mão com frequência e finalizam jogadas. Mas a classificação na taxa de utilização tem dois tipos de jogadores: veteranos a liderar candidatos ao título ou bons jogadores em más equipas.

Por isso que a offseason não trouxe boas notícias para o último tipo de jogador, que precisa do influxo de talento na sua equipa. É preciso não pedir a LaVine para fazer tanto e aumentar a sua eficiência, e para isso é importante rodeá-lo de talento, que possa ajudá-lo a resolver jogos e não obrigá-lo a resolvê-los.

"Tira um pouco do peso dos ombros, claro," disse LaVine acerca dos seus novos companheiros. "Porque no princípio do ano passado tive que entrar em campo e ajudar-nos a ser competitivos. Foi assim que me senti e foi assim que fiz. Tinha que entrar em campo e ter a certeza que estávamos em jogo e a ser competitivos."

"Não sinto que preciso de o fazer agora. Estou preparado para chegar ao último período e trazer a vitória para casa. Mas sinto que seremos um colectivo unido. Definitivamente sinto que não vou carregar o fardo e isso vai trazer-me lançamentos mais fáceis e melhores oportunidades, e estarei mais fresco no último período."

Mesmo com tudo o que foi pedido a LaVine na última temporada, ele foi um modelo de eficiência a lançar a bola. Converteu 46.7% em 18.0 lançamentos de campo, 6.0 lances livres e esteve acima da média da liga para lá da linha de três pontos com 37.4 %.

Mas também teve tendência para os turnovers; os seus 12% de turnovers foram o terceiro mais alto entre os 36 jogadores com uma taxa de utilização de 25% ou mais, e houve vezes em que LaVine parou - talvez por estar cansado - em vez de atacar o cesto, coisa que ele fez tão bem na última época como qualquer jogador da liga.



É algo que Jim Boylen desafiou LaVine a melhorar em 2020. Oportunidades mais fáceis, alargar o campo, e triplos sem oposição serão necessários para melhorar um ataque que, mesmo com esforço heróico de LaVine, foi o 29º (em 30...) na NBA.

"Isso é, como imagina, o que eu falo como ele a toda a hora: eficiência," disse Boylen. "Tu consegues 3 em 5 da linha de três pontos, isso são 9 pontos. Tu consegues 8 de 9 na linha de lance livre, estás com 17 (pontos) ainda antes de começares a suar. É isso que prevejo para ele."

Uma equipa melhor deverá ajudar a conseguir melhores oportunidades.

"Temos mais talento. Temos treinado muito bem no pavilhão. Temos tido várias oportunidades para todos," disse Boylen. "Tenho expectativa que ele consiga um par de melhores ocasiões."

O caminho natural, então, é LaVine estabelecer-se como um verdadeiro líder. Uma coisa é ser o melhor marcador numa equipa com 22 vitórias e tornar-se o líder de facto por causa disso, e outra coisa é ser o líder de uma equipa com outras expectativas e que irá jogar nos playoffs.

Isso, por outro lado, pode atrair mais atenção. LaVine confirmou que foi contactado pela Federação dos Estados Unidos acerca da participação no campeonato do mundo do mês passado. LaVine tinha torcido o tornozelo durante o verão e não estava apto para jogar, mas está aberto quanto à possibilidade de jogar nos Jogos Olímpicos de 2020 se estiver bem e houver um lugar disponível.

LaVine foi também o primeiro jogador da Conferência Leste a conseguir pelo menos 23-4-4 e a não marcar presença no All-Star Game desde Paul Pierce dos Celtics em 2007. Durante este espaço temporal, 41 jogadores que não conseguiram 23-4-4 foram ao All-Star Game pela Conferência Leste. Isso vai acontecer numa equipa com um recorde de 14-44 (o que os Bulls tinham quando os suplentes da equipa All-Star foram anunciados), mas sabemos que vitórias e sucesso levam a mais prémios individuais e reconhecimento.

"Tive uma época do calibre All-Star, mas não fui chamado porque não ganhámos," disse LaVine no Media Day da NBA. "Penso que tudo virá com vitórias, e eu quero ser mais importante."

"Porque se estivermos numa posição vencedora e a jogar bem podemos chegar aos playoffs, penso que será o suficiente para eu e o Lauri (Markkanen) irmos ao All-Star Game," finalizou o shooting guard.

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